Homens e mulheres podem ser apenas amigos? Essa é a pergunta que a Dra. April Bleske-Rechek, professora associada de psicologia da Universidade de Wisconsin-Eau Claire, tentou responder com sua pesquisa sobre amizades entre sexos.
O projeto de pesquisa, intitulado “Benefício ou fardo? Atração em amizades entre sexos”, foi publicado no Journal of Social and Personal Relationships em agosto e ganhou atenção nacional e internacional por seu olhar aprofundado sobre relacionamentos platônicos entre homens e mulheres. . O estudo de duas partes, realizado em colaboração com estudantes pesquisadores, propõe que “porque as amizades entre sexos são um fenômeno historicamente recente, as estratégias de acasalamento evoluídas de homens e mulheres afetam suas experiências de amizade”.
“A amizade é um relacionamento intrigante de uma perspectiva evolutiva”, disse Bleske-Rechek. “No reino animal, a maioria das alianças de apoio mútuo ocorre entre indivíduos geneticamente relacionados (parentes) ou parceiros reprodutivos. Pouca pesquisa explorou como homens e mulheres navegam em amizades platônicas entre sexos, que supostamente não envolvem relações sexuais nem parentes.”
Na primeira parte do estudo, 88 pares de amigos universitários do sexo oposto foram pesquisados ??por meio de questionários. Os pares de amizade foram separados e cada pessoa respondeu a perguntas relacionadas ao nível de sentimentos românticos pelo outro. Os pesquisadores seguiram os protocolos de anonimato e confidencialidade e exigiram que ambos os amigos concordassem em não discutir o estudo, mesmo após a conclusão do teste para garantir resultados honestos e precisos.
Os resultados mostraram que os homens relataram níveis mais altos de atração física e sexual por seus amigos do sexo oposto do que as mulheres e também mostraram uma tendência a superestimar seu nível de atração por suas amigas. Os homens relataram níveis moderados de atração e desejo de namorar suas amigas, independentemente de seu próprio envolvimento romântico atual ou de suas amigas.
A segunda parte do estudo mediu a atração em amizades de sexo cruzado entre adultos emergentes, de 18 a 23 anos, e adultos jovens e de meia-idade, de 27 a 55 anos. A maioria dos entrevistados no grupo de adultos jovens e de meia-idade era casada ou tinha um relacionamento sério. Os participantes foram solicitados a listar espontaneamente os benefícios e custos de suas amizades de sexo oposto e avaliar seu nível de satisfação com seu relacionamento romântico atual.
Os resultados mostraram que os adultos jovens e de meia-idade geralmente relataram menos atração por seus amigos do sexo oposto do que os adultos emergentes; no entanto, homens solteiros em ambos os grupos relataram altos níveis de atração por seus amigos do sexo oposto, e mulheres solteiras em ambos os grupos relataram níveis moderados de atração. Os participantes eram muito mais propensos a listar a atração sexual como um custo do que como um benefício. Atestando os possíveis desafios apresentados pela atração por um amigo, homens e mulheres de meia-idade que nutriam sentimentos de atração romântica por seus amigos do sexo oposto também relataram níveis mais baixos de satisfação em seus casamentos.
“Esta é a descoberta mais interessante do estudo”, disse Bleske-Rechek. “E está aberto a um estudo mais aprofundado, porque a correlação não implica causalidade. Pode ser que homens e mulheres que estão insatisfeitos em seus relacionamentos românticos se voltem para seus amigos do sexo oposto ou até mesmo desenvolvam novas amizades; ou pode ser que a atração para um amigo do sexo oposto leva à insatisfação em seu relacionamento romântico.”
Bleske-Rechek planeja continuar sua pesquisa sobre amizade e segue as teorias evolutivas de nível médio para guiar sua pesquisa. Uma previsão que ela está testando atualmente é que as pessoas escolhem amigos que se assemelham a elas no nível genético.
“Precisamos de uma perspectiva de psicologia evolutiva para entender os relacionamentos”, disse Bleske-Rechek. “A consciência das diferenças biológicas entre os sexos ressoa com o que as pessoas realmente sentem, e não com o que as instituições sociais lhes dizem para sentir.”
Para obter mais informações sobre o estudo, entre em contato com a Dra. April Bleske-Rechek em 715-836-4641 ou [email protected] .
