A trilogia original do Senhor dos Anéis era para a fantasia o que Star Wars era para a ficção científica. Foi o primeiro filme de fantasia verdadeiramente grande. Antes disso, você tinha espadas de baixo orçamento e feiras de feitiçaria como Conan e Willow, e francamente idiotas como Hawk the Slayer e Krull.
A trilogia original do Senhor dos Anéis era para a fantasia o que Star Wars era para a ficção científica. Foi o primeiro filme de fantasia verdadeiramente grande. Antes disso, você tinha espadas de baixo orçamento e feiras de feitiçaria como Conan e Willow, e francamente idiotas como Hawk the Slayer e Krull.
Sim, Hawk The Slayer é um filme real. Não, os Cavaleiros da Mesa de Jantar não inventaram.
Havia filmes de fadas decentes e fantasia urbana, com certeza. Mas nada na escala de O Senhor dos Anéis havia sido feito antes. Um mundo construído massivo. Exércitos inteiros de extras. Temas adultos de morte e guerra.
Ao todo, a trilogia ganhou 17 Oscars e foi indicada a mais 7.
Claro que os fãs reclamaram sobre as mudanças aqui e ali. Drama forçado. A remoção dos temas de classe decididamente britânicos. Nem me fale do Balrog. Mas os filmes foram extremamente bem feitos, ao contrário de tudo o que veio antes deles, e diferente de tudo desde então.
Então, logo de cara, qualquer acompanhamento iria travar uma batalha difícil.
O primeiro problema foi o próprio Hobbit. O Hobbit é muito mais um livro infantil. Embora tenha alguns temas sombrios, é voltado para um público mais jovem de O Senhor dos Anéis. Isso funciona em forma de livro porque o Hobbit saiu primeiro, e se você ler todos os quatro livros na ordem, eles ficam progressivamente mais sombrios e sérios.
Mas isso significa que O Hobbit é uma merda como uma prequela de LoTR. Pense nisso como as Aventuras de Tom Sawyer e as Aventuras de Huck Finn. Ambos os livros são brilhantes. Mas um está entre os maiores romances americanos, e o outro é um bom livro infantil.
Se você fizesse uma adaptação premiada de Huck Finn e tentasse fazer Tom Sawyer como continuação, estaria dando um passo para baixo.
Isso deixou os cineastas em uma posição muito ruim. Eles adaptam O Hobbit fielmente e seguem seu grande épico de guerra com um filme bobo sobre anões que vão matar um dragão.
Ou eles tentam vinculá-lo ao Legendarium maior, algo que o próprio Tolkien desistiu no meio do caminho quando percebeu que estava removendo tudo o que tornava o Hobbit ótimo em primeiro lugar.
Eles tentaram fazer as duas coisas.
O resultado final foi uma bagunça. Uma trilogia inchada de filmes que é ao mesmo tempo ridícula e excessivamente séria. Uma história simples esticada demais, a ponto de se tornar complicada.
Tudo o que era ruim na adaptação do Senhor dos Anéis é pior aqui. Há uma história de amor pregada, porque por que não? Há temas de revolta da classe trabalhadora contra a aristocracia, que estão completamente desconectados da narrativa mais ampla de matança de dragões. Há cenas de ação caricaturais para ter mais ação.
E depois há as falhas técnicas chatas que surgem em todas as tendas medíocres de Hollywood. CGI ruim. Andamento ruim. Caracterização ruim. Roteiro ruim. Todas as pequenas inépcias que impedem um filme. Os sinais infalíveis de que um diretor estava com um prazo, com um estúdio respirando em seu pescoço, e simplesmente desistiu.
Os filmes do Hobbit não são terríveis. Existem elementos deles que são ótimos e coisas que funcionam perfeitamente bem se você ignorar o material de origem. Mas são filmes que são apenas bons, que são prequelas de filmes que foram ótimos.
E isso faz com que pareçam muito piores do que são.
