Vamos começar com a história russa.
A Rússia é invadida em quantidade razoável. Como tal, eles muitas vezes ficam paranoicos sobre serem invadidos. Há um velho ditado na ciência política que diz que quanto mais território você tem, mais território você precisa proteger para defender esse território.
Mesmo durante o período soviético, quando a Federação Russa (como era então) estava cercada por aliados por todos os lados, ainda estava convencido de que os americanos atacariam a qualquer momento.
Esse sentimento geral de ter inimigos em todos os lugares não desapareceu com a queda da União Soviética.
Então vamos olhar para um mapa.

Esta é a topologia da Ucrânia. Como você pode ver, no leste, a terra é do lado plano e, à medida que você atravessa o Dnieper, começa a ficar mais montanhoso.
E é aí que entra a paranoia russa. Você vê, aquele grande planalto a leste do Dnieper é exatamente o tipo de paisagem que você deseja se quiser reunir tropas para uma invasão. O oeste do país é menos preocupante porque seria difícil mover tropas e tanques por esse tipo de país.
Como diz o velho ditado russo “Se ao menos as montanhas estivessem na fronteira”.
Esta é também a razão pela qual a Crimeia é agora russa, não porque tem russos (a Crimeia era em grande parte tártaro, um grupo étnico completamente distinto, antes que os russos os desapropriassem da terra), mas porque tem Sebastopol – a maior base naval no Mar Negro.

Assim, a Ucrânia Oriental é essencialmente o cobertor de segurança da Rússia – território que, se ocupar, impedirá que outro exército estrangeiro o ocupe. A União Soviética tinha a mesma filosofia em relação à Alemanha Oriental e à Polônia.
De fato, durante a Guerra Civil Russa (1917-1920), os ucranianos abandonaram em grande parte as esperanças do país recém-independente da Ucrânia e se retiraram para um território menor